Distrito Federal registra 547 transplantes de órgãos e tecidos nos primeiros oito meses de 2024

   Foto: Arquivo / Agência saúde

O Distrito Federal alcançou a marca de 547 transplantes de órgãos e tecidos entre janeiro e agosto de 2024, registrando um leve aumento em relação ao mesmo período de 2023, quando foram realizados 544 procedimentos. O destaque ficou para os transplantes de medula óssea, que cresceram cerca de 20%, passando de 135 para 163. Este avanço reflete os esforços contínuos para ampliar a capacidade de atendimento na região, que já havia batido recorde de transplantes em 2023.

Entre os órgãos e tecidos transplantados no período, a córnea lidera com 207 procedimentos, seguida pelo fígado (81), rim (72) e coração (24). Historicamente, fígado, córnea e medula óssea são os mais demandados no DF. Uma característica marcante na capital é o alto número de órgãos recebidos de outros estados, exigindo uma logística complexa e eficiente. Este transporte é viabilizado por meio de parcerias entre o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o Departamento de Trânsito (Detran) e a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), com deslocamentos terrestres e aéreos.

Um dos principais desafios para o aumento no número de transplantes é o engajamento da população sobre a importância da doação de órgãos. Campanhas de conscientização vêm sendo realizadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF), conforme diretrizes da Lei Distrital nº 7.335, de 9 de novembro de 2023, que instituiu a Política Distrital de Conscientização e Incentivo à Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos.

O processo para se tornar doador é simples: basta comunicar à família o desejo de doar. A doação pode ser feita em vida ou após o falecimento. No caso dos doadores vivos, é permitido doar um dos rins, parte do fígado, medula óssea ou parte do pulmão, desde que a saúde do doador não seja comprometida. Parentes de até quarto grau podem doar sem necessidade de autorização judicial. Para doadores falecidos, a morte encefálica deve ser confirmada por exames clínicos, e a autorização da família é indispensável.

Os órgãos doados são destinados a pacientes inscritos em uma lista única, gerenciada pelo Ministério da Saúde, que garante transparência e equidade no processo. O cadastro é feito por equipes especializadas em hospitais credenciados no DF.

Estrutura hospitalar para transplantes

O Distrito Federal oferece transplantes de coração, rim, fígado, córnea e medula óssea pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os procedimentos são realizados em diversas unidades:

  • Hospital de Base (HB): transplantes de rim e córnea.
  • Hospital Universitário de Brasília (HUB): transplantes de rim, córnea e medula óssea autólogo.
  • Instituto de Cardiologia e Transplantes do DF (ICTDF): transplantes de coração, rim, fígado, córnea e medula óssea.
  • Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB): transplante de medula óssea autólogo pediátrico.

 

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