Tomar o remédio certo, na hora certa, nem sempre é tarefa simples — principalmente para pacientes idosos, polimedicados ou com dificuldades cognitivas. Para tornar esse processo mais claro e evitar erros que podem comprometer a saúde, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) formalizou o programa Receita Simples, que transforma a tradicional prescrição médica em um guia visual com linguagem acessível.
A iniciativa, publicada na Portaria nº 64/2025 no Diário Oficial do DF, busca garantir mais autonomia aos pacientes por meio de receitas coloridas, com letras grandes, pictogramas e indicações claras de horários. A proposta é facilitar a adesão aos tratamentos sem abrir mão da segurança farmacológica.
Autonomia com segurança
O novo modelo já é adotado na Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Guará. Lá, os profissionais da equipe multidisciplinar reforçam as orientações durante o atendimento e, quando necessário, também realizam visitas domiciliares para garantir que o paciente — ou seu cuidador — compreenda a rotina medicamentosa.
A versão visual da receita não substitui o receituário médico tradicional, mas o complementa, organizando de maneira mais didática os horários, as doses e a sequência correta dos remédios.
Segundo a Secretaria de Saúde, o programa foi desenvolvido de forma conjunta pela Assessoria Técnica de Assistência Farmacêutica (Astrac), pela Diretoria de Serviços Farmacêuticos (Diasf) e pela Subsecretaria de Atenção Integral à Saúde (Sais).
Além de reduzir falhas no uso de medicamentos, o Receita Simples é visto como uma ferramenta de cuidado centrado no paciente , ao adaptar a comunicação ao nível de compreensão do usuário, o sistema de saúde passa a tratar o paciente como protagonista do próprio tratamento.
A expectativa é de que o modelo seja ampliado progressivamente a outras unidades básicas de saúde do DF.