O número de incêndios florestais no Distrito Federal caiu pela metade em 2025, impulsionado por uma estratégia mais preventiva e tecnológica adotada pelo Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) e órgãos ambientais. Até o dia 3 de julho, foram registradas 549 ocorrências de queimadas em vegetação, uma queda de 54,25% em relação ao mesmo período do ano anterior, que somou 1.230 atendimentos.
A área atingida pelas chamas também diminuiu significativamente: foram 988 hectares queimados , o equivalente a quase 10 milhões de metros quadrados ante os 2.126 hectares perdidos em 2024.
Os dados fazem parte do balanço da Operação Verde Vivo 2025, conduzida pelo GDF em parceria com o governo federal. Lançada em abril e com vigência até novembro, a operação concentra ações de prevenção e combate aos incêndios florestais durante o período de seca no Planalto Central.
Da prevenção à resposta rápida
A estrutura da operação envolve planejamento logístico, treinamento de tropas, ações educativas junto à população, queimadas controladas, uso de drones e monitoramento por satélite. Um novo helicóptero adquirido pelo GDF reforça o transporte de equipes e o combate aéreo direto, com lançamentos de água sobre áreas críticas.
Coordenada pelo Grupamento de Proteção Ambiental do CBMDF, a operação também conta com a atuação integrada de órgãos como o Instituto Brasília Ambiental, Ibama e ICMBio. A estratégia é dividida em três etapas: preparação, combate e avaliação.
Na fase atual a de combate equipes estão posicionadas em pontos estratégicos, especialmente nas regiões de maior incidência de fogo nos anos anteriores. Segundo o Corpo de Bombeiros, o trabalho tem foco em resposta rápida para evitar a propagação das chamas em larga escala.
Educação e reforço de pessoal
Além da estrutura militar, a prevenção ganhou reforço com a contratação de 150 brigadistas florestais pelo Instituto Brasília Ambiental, sendo 30 chefes de esquadrão e 120 brigadistas, com atuação prevista por dois anos.
Também foram intensificadas as campanhas de orientação à população, com vídeos e cartilhas sobre cuidados com lixo, aceiros, fogueiras e o uso controlado do fogo em áreas rurais.
No ano passado, a realidade foi diferente. Entre abril e novembro de 2024, o CBMDF atendeu a 8.545 ocorrências de incêndios florestais. A área queimada, estimada pelas equipes, chegou a 22.250 hectares. Quando consideradas imagens de satélite e queimas realizadas sem atendimento direto da corporação, o número sobe para 38 mil hectares destruídos.
Setembro concentrou o maior número de casos (2.851), seguido por agosto (2.065). As regiões mais afetadas foram a Floresta Nacional de Brasília (2.610 ha), o Parque Nacional (1.630 ha), a Chapada Imperial (1.240 ha) e áreas da Fercal, SCIA, Gama e Jardim Botânico.
A fumaça das queimadas é um dos principais agravantes para doenças respiratórias durante a seca. Crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas estão entre os mais afetados.
A meta do GDF é manter o ritmo de redução de ocorrências até o fim do ano. Mesmo com a estiagem mais severa prevista para agosto e setembro, a expectativa das autoridades é que os investimentos e a atuação antecipada mantenham os números em queda.