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DF caminha para 2026 com aliança entre Ibaneis Rocha e família Bolsonaro

Discreta, mas sinergicamente costurada, a aliança entre o governador Ibaneis Rocha (MDB) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) avança com passos firmes na cena política do Distrito Federal. O movimento, que vem sendo desenhado com habilidade nos bastidores, ganhou traços mais visíveis durante jantar realizado na casa do bispo JB Carvalho, em Brasília, na última terça-feira (24).

O encontro, que marcou também a celebração do aniversário do anfitrião, reuniu figuras centrais do campo conservador, como o ex-presidente Jair Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro.Mais do que uma confraternização, o jantar foi palco de alinhamento estratégico que consolida a construção de uma das alianças mais robustas para as eleições de 2026 no DF.

As pesquisas recentes apontam que tanto Ibaneis Rocha quanto Michelle Bolsonaro lideram, com folga, as intenções de voto para o Senado, o que, na prática, transforma a aliança em um projeto político com ampla capilaridade. O favoritismo de ambos em diferentes cenários reforça a tese de que, juntos, configurão uma chapa praticamente imbatível para o Senado Federal.

A direita, que desde 2018 vem consolidando sua força no DF, se prepara para  2026 com a base mais ampla e coesa já estruturada no cenário local. Além do MDB e do PL, partidos como Progressistas, Republicanos, PSD, União Brasil e legendas menores compõem a frente a base do  governo Ibaneis Rocha.

Entre os pontos de destaque dessa costura está o apoio declarado, tanto por Ibaneis Rocha quanto por Michelle Bolsonaro, à vice-governadora Celina Leão (PP) como sucessora natural ao GDF. A escolha de Celina não é apenas um gesto de lealdade interna, mas uma decisão estratégica: seu nome reúne densidade eleitoral, trânsito entre as legendas da base e aceitação no grupo bolsonarista, o que a torna o nome ideal/certo para dar continuidade ao projeto político iniciado por Ibaneis Rocha em 2018.

A capilaridade política da direita no Distrito Federal é um elemento inegável. Nas eleições de 2022, o eleitorado brasiliense tem demonstrado preferência clara por pautas conservadoras e por gestões associadas à eficiência administrativa e à estabilidade política. Ibaneis Rocha, com seu perfil reservado e estilo avesso à retórica inflamada, tem sido peça-chave nesse tabuleiro, articulando alianças com precisão e construindo pontes onde outros preferem a disputa aberta.

Michelle Bolsonaro, por sua vez, acrescenta à aliança um capital político de forte apelo popular. Sua presença amplia o alcance simbólico do grupo e dialoga diretamente com a base bolsonarista, que mantém expressiva influência na capital do país. O encontro na casa de JB Carvalho, que reuniu Jair e Flávio Bolsonaro, além de  lideranças locais, reforçou essa construção: uma coalizão que vai além da conjuntura eleitoral um projeto político de longo prazo.

Ainda há um percurso até 2026, o tabuleiro político do Distrito Federal começa a ganhar contornos mais definidos. As movimentações  não parecem fruto de pressa, mas de uma construção política amadurecida, desenhada com base em convergências  e estratégicas.

O jantar na casa do bispo JB Carvalho foi o marco simbólico de uma aliança que vem sendo cultivada com discrição, mas com efeitos visíveis. A presença das principais lideranças da direita local reforça a coesão em torno de um projeto que, sem alarde,  ganha musculatura política .

Com seu perfil pragmático e avesso aos holofotes, Ibaneis Rocha parece disposto a seguir apostando na estabilidade como força de projeção. Em um ambiente marcado por volatilidade, essa pode ser, justamente, sua maior virtude.

 

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