Minas Gerais segue na vanguarda da transição energética no Brasil. O estado acaba de atingir a expressiva marca de 12 gigawatts (GW) de potência fiscalizada em energia solar, reafirmando sua posição como o maior gerador fotovoltaico do país. Esse avanço não aconteceu por acaso: é fruto de uma política consistente de incentivo à energia limpa, que envolve programas estaduais como o Sol de Minas e linhas de crédito acessíveis oferecidas pelo BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais).
Os números impressionam. Segundo dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), dos 12 GW alcançados, 7,22 GW vêm da geração centralizada — grandes usinas solares —, enquanto 4,78 GW são provenientes da geração distribuída, como sistemas instalados em telhados residenciais, comércios e pequenas propriedades rurais. Para se ter uma ideia do impacto, essa potência total representa 85% da capacidade da Usina de Itaipu, uma das maiores hidrelétricas do mundo.
A guinada mineira rumo à energia solar começou de forma mais robusta em 2019, quando a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG) lançou o programa Sol de Minas. Desde então, o estado viu sua capacidade instalada saltar de menos de 1 GW para os atuais 12 GW. Isso se traduziu em mais de R$ 81 bilhões em investimentos atraídos e na criação de quase 7 mil empregos diretos no setor.
Parte fundamental desse sucesso está no apoio financeiro. Somente em 2024, o BDMG já liberou R$ 130 milhões para novos projetos. E as boas notícias não param: em comemoração ao Dia Mundial da Energia (29 de maio), o banco anunciou uma nova rodada de financiamento, agora em parceria com o Banco Europeu de Investimentos (BEI). Serão R$ 170 milhões voltados exclusivamente para iniciativas solares.
O presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto, destaca que muitos dos projetos apoiados estão em municípios com menos de 20 mil habitantes e baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Isso mostra como a energia solar em Minas não é apenas uma agenda verde, mas também uma ferramenta de inclusão social e desenvolvimento regional.
Desde 2019, a parceria com o BEI já viabilizou 62 projetos que resultaram na redução anual de 44 mil toneladas de CO₂. Com os novos recursos, a expectativa é financiar mais 22 empreendimentos, potencializando ainda mais o impacto ambiental positivo.
Nova usina no Vale do Aço
E o ritmo não para. Em Engenheiro Caldas, no Vale do Aço, a empresa Multiluz Solar, em parceria com a Solar Vale, está finalizando as obras da Vale do Aço I, uma usina fotovoltaica que promete gerar mais de 5 milhões de kWh ainda neste semestre. O investimento total é de R$ 17 milhões, sendo R$ 12 milhões provenientes da linha de crédito BDMG Sustentabilidade/BEI.
Além da redução de 12,9 milhões de toneladas de CO₂ ao longo de 20 anos, o projeto também gerou 50 empregos diretos e indiretos durante sua implantação. Mais uma prova de que investir em energia limpa é investir em pessoas, empregos e futuro.