Há exatos 12 meses, o Distrito Federal iniciou uma das mudanças mais significativas no sistema de transporte coletivo desde a sua implantação: a substituição gradual do pagamento em dinheiro por meios digitais.
Lançado em 1º de julho de 2023 pela Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob-DF), o novo modelo começou por apenas 52 linhas, 5,65% da rede e, ao longo de cinco meses, foi expandido até cobrir as 931 linhas em operação.
Hoje, um ano após a digitalização começar a rodar nos ônibus da capital federal, o uso de dinheiro caiu a níveis residuais. Apenas 1,24% das mais de 1,4 milhão de viagens realizadas diariamente são pagas em espécie, número restrito basicamente à compra de bilhete avulso. A preferência dos usuários, agora, recai sobre os meios de pagamento por aproximação, com destaque para o Cartão Mobilidade, responsável por 37,75% dos acessos totais.
Entre os pagamentos digitais, o Cartão Vale-Transporte representa 22,2% dos acessos, seguido por cartões bancários com tecnologia EMV (por aproximação), que somam 9%. O restante dos acessos é composto por gratuidades, divididas entre Cartão Estudante (18,11%), Cartão Especial (6,42%), Cartão Sênior (4,47%) e Cartão Criança (menos de 1%).
Os dados, fornecidos pelo BRB Mobilidade, operador do Sistema de Bilhetagem Automática (SBA), revelam um salto de 47% na emissão do Cartão Mobilidade. Em julho de 2023, o sistema contabilizava 491.331 unidades emitidas. Em 31 de maio deste ano, esse número chegou a 723.469.
Outro indicador da consolidação digital é o crescimento do uso do Pix como método de recarga: mais da metade (55%) das recargas já são feitas por esse meio, o que reduz a necessidade de deslocamento até pontos físicos e amplia a autonomia dos passageiros.
Ainda assim, o sistema mantém 204 pontos de atendimento presencial para recarga com dinheiro e 70 locais voltados à emissão de novos cartões ou segunda via,uma estratégia que garante a inclusão de públicos menos familiarizados com meios digitais.