Quem circula pelas ruas do Distrito Federal já deve ter notado a diferença. No lugar do tom amarelado das antigas lâmpadas de vapor de sódio, o branco intenso da luz de LED tem ganhado espaço, iluminando vias, calçadas, rodovias e áreas públicas com muito mais nitidez e eficiência.
Por trás dessa mudança, está uma transformação silenciosa, mas de grande impacto: o Programa de Modernização da Iluminação Pública, lançado no início do ano pelo Governo do Distrito Federal (GDF).
A substituição das luminárias convencionais por modelos de LED já alcançou todas as 35 regiões administrativas e, até agora, mais de 82 mil pontos de luz foram modernizados. O objetivo é claro: aumentar a sensação de segurança, melhorar a visibilidade noturna para pedestres e motoristas, e ainda reduzir o impacto ambiental causado pelo uso de lâmpadas obsoletas. O investimento previsto para toda a execução do programa é robusto — R$ 300 milhões — e a meta é modernizar 100% dos 324 mil pontos de iluminação pública espalhados pela capital.
A escolha de onde intervir primeiro não foi aleatória. Um mapeamento por regiões com maior necessidade de manutenção orientou as equipes, priorizando áreas críticas e com grande fluxo de pessoas. Regiões como Plano Piloto, Ceilândia, Gama, Taguatinga e Park Way foram as mais contempladas até o momento, refletindo a estratégia de atender pontos de maior vulnerabilidade e de uso intenso.
Mas a mudança vai além da estética ou da claridade. A tecnologia LED apresenta vantagens técnicas consideráveis. Com vida útil de até 60 mil horas — quase o dobro das lâmpadas antigas —, os novos modelos consomem cerca de 50% menos energia e dispensam o uso de gases, filamentos e materiais tóxicos. Isso significa não apenas economia para os cofres públicos, mas também uma escolha ambientalmente responsável.
Outro ganho relevante está na qualidade da luz oferecida. Enquanto os modelos antigos tinham um índice de reprodução de cor (IRC) em torno de 20, os novos alcançam 70. Essa diferença pode parecer técnica, mas no cotidiano faz muita diferença: placas, sinalizações e rostos tornam-se mais visíveis, o que impacta diretamente na segurança e no conforto visual dos cidadãos.
A iniciativa ainda contempla áreas em processo de regularização, reforçando o compromisso com a inclusão urbana. Espaços antes deixados na penumbra, como áreas periféricas ou regiões recém-urbanizadas, agora recebem a mesma atenção que as regiões centrais, reduzindo desigualdades históricas de infraestrutura.
Ao longo do ano, também estão sendo substituídas luminárias instaladas entre 2017 e 2020, modelos que, apesar de mais recentes, não apresentam a mesma performance das tecnologias atuais. A decisão de substituir inclusive essas lâmpadas demonstra um olhar de longo prazo: é preferível investir em equipamentos mais duráveis e sustentáveis do que manter sistemas que geram manutenção constante e alto custo energético.