Neste domingo (4), o Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, será mais do que o cenário de um grande jogo do Campeonato Brasileiro. Minutos antes da bola rolar entre Vasco e Palmeiras, uma ação inédita dará início à campanha “Cartão Vermelho para o Racismo”, promovida pela Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF) em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Com o lema “Não é só falta grave, é cartão vermelho para o racismo”, a campanha inaugura um novo capítulo na luta contra a discriminação racial nos estádios brasileiros. O gesto simbólico promete marcar o público presente — estimado em 50 mil pessoas — com jogadores, torcedores e autoridades erguendo simultaneamente cartões vermelhos em repúdio ao racismo. As peças serão distribuídas gratuitamente na entrada da arena.
A iniciativa está diretamente ligada à Lei Vinícius Júnior, recentemente sancionada, que estabelece medidas de prevenção e combate ao racismo em ambientes esportivos. A Sejus-DF, responsável pela regulamentação da lei, conduz os esforços locais, enquanto a CBF apoia a articulação para levar o modelo a outros estados brasileiros.
Além da ação no gramado, o objetivo da campanha é fomentar o debate público sobre racismo no futebol — um problema recorrente e ainda pouco combatido de forma estruturada. Casos recentes envolvendo atletas em campo reacenderam o alerta sobre a necessidade de políticas efetivas e de uma resposta firme da sociedade.
O lançamento deste domingo será realizado a partir das 15h45, momentos antes do início da partida, que faz parte da 7ª rodada do Brasileirão. A expectativa é de que a campanha não apenas impacte quem estiver presente no estádio, mas também reverbere para todo o país, por meio da transmissão do jogo e da mobilização nas redes sociais.
Com essa ação simbólica, Brasília se consolida como ponto de partida para uma política nacional de enfrentamento ao racismo no esporte — um passo necessário para transformar os estádios em espaços verdadeiramente inclusivos e respeitosos.