O Distrito Federal consolidou-se nos últimos anos como referência nacional na promoção e defesa dos direitos das mulheres. Com uma rede articulada de políticas públicas, o governo local oferece desde mecanismos de proteção policial até atendimento psicológico, jurídico e social.
A Secretaria da Mulher (SMDF) é a principal responsável por coordenar os equipamentos públicos voltados ao empoderamento feminino. Hoje, são 31 unidades em funcionamento, entre elas a Casa da Mulher Brasileira, em Ceilândia, que opera 24 horas por dia. O espaço oferece alojamento temporário, oficinas profissionalizantes, acesso à internet e auditório para cursos e palestras.
Outros pontos de apoio são os Centros de Referência da Mulher Brasileira (CRMBs), instalados em regiões como Recanto das Emas, Sol Nascente/Pôr do Sol, São Sebastião e Sobradinho II. Neles, as mulheres encontram atendimento psicossocial, acolhimento e capacitação profissional.
Também fazem parte da rede os Centros Especializados de Atendimento à Mulher (Ceams), localizados na Asa Sul, em Planaltina e no CIOB. Nessas unidades, as vítimas recebem suporte social, psicológico, pedagógico e jurídico, com foco na recuperação da autoestima e autonomia.
Além disso, há os Comitês de Proteção à Mulher, voltados à denúncia e à notificação de casos de violência, já em funcionamento em cidades como Ceilândia, Sobradinho e Santa Maria. Os Espaços Acolher, por sua vez, atendem tanto homens quanto mulheres envolvidos em situações de violência doméstica, promovendo rodas de escuta e reflexão sobre gênero e relações familiares.
No campo da segurança pública, o DF também aposta em inovação. Programas como o Viva Flor e o Dispositivo de Proteção à Pessoa (DPP) garantem monitoramento permanente das vítimas e acompanhamento dos agressores. Segundo o governo, mais de 2 mil mulheres já foram atendidas sem registro de feminicídio entre as monitoradas.
A rede conta ainda com o Copom Mulher, serviço especializado da Polícia Militar no atendimento via 190, e o Provid, que atua de forma preventiva junto a famílias em situação de violência. Duas delegacias especializadas de atendimento à mulher — na Asa Sul e em Ceilândia —, além de seis núcleos regionais de apoio, ampliam a cobertura.
Outro pilar é o programa Direito Delas, gerido pela Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus). Em 11 núcleos espalhados pelo DF, equipes multiprofissionais oferecem atendimento psicológico, jurídico e social não apenas às mulheres, mas também a familiares de vítimas de violência. O serviço inclui, por exemplo, acompanhamento a órfãos de feminicídio para garantir acesso a benefícios financeiros.
Entre as iniciativas recentes está o Protocolo Por Todas Elas, criado em 2023 para prevenir e coibir a violência de gênero em bares, eventos culturais e casas noturnas. O projeto Conversa com Eles, voltado a homens em canteiros de obras, empresas e órgãos públicos, busca estimular a reflexão sobre masculinidades e responsabilidade coletiva no combate à violência.