O Distrito Federal iniciou 2025 com um marco significativo na área de saúde pública: a redução de 97,6% nos casos de dengue. Durante a primeira semana de janeiro, foram registrados 196 casos prováveis da doença, contra 8.228 no mesmo período do ano anterior. Esses dados, apresentados pelo Governo do Distrito Federal (GDF) em uma coletiva de imprensa no Palácio do Buriti, demonstram o impacto das ações estratégicas implementadas para o combate ao mosquito Aedes aegypti.
A governadora em exercício, Celina Leão, destacou o esforço coletivo que enfrentou a epidemia de 2024, proporcionando atendimento rápido e eficaz na rede pública, com mais de 400 mil pacientes assistidos. Apesar do resultado positivo, ela reforçou a necessidade de manter a vigilância: “Não podemos recuar nem um centímetro nas ações de combate à dengue”, alertou.
Entre as medidas de destaque, está o aumento no número de agentes de vigilância ambiental (AVAs), que quase dobrou de 415 para 915, e de agentes comunitários de saúde (ACSs), que passaram de 800 para 1,2 mil. A Defesa Civil também expandiu sua atuação, ampliando seu efetivo de 70 para 109 agentes, com equipes alocadas em todas as regiões administrativas.
O uso de tecnologia foi intensificado com drones e o aplicativo eVisitas, que utiliza georreferenciamento para identificar focos do mosquito. Esses avanços permitem um controle mais preciso e ágil. Além disso, o número de estações disseminadoras de larvicida aumentou para cerca de 4 mil, e o emprego de ovitrampas foi ampliado, totalizando 6 mil dispositivos em uso.
O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) também se destacou ao triplicar a capacidade de diagnóstico da dengue, passando de 500 para 1,5 mil testes.
Outro eixo estratégico tem sido o combate aos focos de proliferação do mosquito. Placas informativas foram instaladas em locais de descarte irregular, enquanto a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) intensificou a limpeza das bocas de lobo, alcançando 800 km da rede de drenagem. A troca de lixeiras e a instalação de papa-lixos e papa-entulhos também foram reforçadas pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU).
As multas por descumprimento das normas sanitárias foram reajustadas, variando entre R$ 2,9 mil e R$ 29 mil, podendo atingir R$ 200 mil em casos mais graves. Em 2024, 21 mil ações fiscais resultaram em R$ 4 milhões em multas.
A vacinação contra a dengue também foi priorizada. Jovens de 10 a 14 anos receberam 46% da primeira dose, mas apenas 18,9% completaram o esquema vacinal. Com 17 mil doses disponíveis na rede pública, o GDF busca ampliar a adesão a essa medida preventiva.
As visitas domiciliares para tratamento de focos, o manejo ambiental, o bloqueio de transmissão e o uso de UBV (ultrabaixo volume) continuam como parte das ações regulares.
Desde julho de 2024, o GDF opera com um plano de contingência que analisa diariamente o risco de surtos e adapta as estratégias conforme necessário. “Estamos preparados para enfrentar eventuais situações críticas”, afirmou Fabiano dos Anjos, subsecretário de Vigilância à Saúde.
A coletiva contou com a presença de autoridades como Gustavo Rocha, secretário-chefe da Casa Civil, e Fernando Leite, presidente da Novacap, reforçando a articulação entre os diversos órgãos envolvidos.