Em celebração ao mês da Mulher Negra Latina e Caribenha, o Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgaram o boletim anual Mulheres Negras. O levantamento apresenta um panorama abrangente sobre a situação das mulheres negras na Área Metropolitana de Brasília (AMB) e na Periferia Metropolitana de Brasília (PMB).
A AMB é composta pelo Distrito Federal (DF) e 12 municípios goianos vizinhos: Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Cristalina, Formosa, Luziânia, Novo Gama, Padre Bernardo, Planaltina de Goiás, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso de Goiás. Em 2023, a AMB contabilizava 1,24 milhão de mulheres negras com 14 anos ou mais, representando 34,7% da população em idade ativa. Dentre elas, 67,7% residiam no DF e 32,3% na PMB. No DF, 32,2% das mulheres negras estavam na população economicamente inativa, enquanto na PMB essa proporção era de 41,5%.
Os dados mostram um cenário promissor para as mulheres negras no mercado de trabalho. No DF, elas constituíam 28,2% da população ocupada, totalizando 397 mil trabalhadoras. Na PMB, as mulheres negras representavam 35,2% das ocupadas. No total da AMB, mulheres negras compunham 30,1% ou 584 mil ocupadas.
Em termos de deslocamento, das 584 mil mulheres negras empregadas na AMB, 72,7% trabalhavam no DF, sendo que 98,8% delas também residiam na capital. Na PMB, 55,8% trabalhavam na região de moradia e 43,1% se deslocavam para o DF.
A distribuição etária das mulheres negras na população ativa do DF mostrou que a maioria tinha entre 40 e 59 anos (35,4%), seguida por jovens de 16 a 29 anos (24,3%). Entre as economicamente ativas, 41,1% tinham entre 40 e 49 anos, enquanto 28,4% estavam na faixa de 16 a 29 anos.
Na educação, 21,2% das mulheres negras do DF não haviam completado o ensino fundamental em 2023, enquanto 65% tinham concluído o ensino médio. Entre as economicamente ativas, 76,8% tinham pelo menos o ensino médio completo, sendo 33,2% com ensino superior.
O boletim anual Mulheres Negras destaca tanto os avanços quanto os desafios enfrentados por essa parcela significativa da população na AMB e na PMB. Embora haja sinais positivos de inclusão no mercado de trabalho e progressos na educação, ainda existem barreiras significativas que precisam ser superadas para garantir a igualdade de oportunidades e a valorização da diversidade cultural e étnica na região.