Em um momento em que a segurança pública é uma das maiores preocupações da população brasileira, a tecnologia vem se tornando uma aliada fundamental no combate à criminalidade e na proteção de vidas. Um exemplo claro disso é o uso do sistema de reconhecimento facial implementado pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia, que já apresenta resultados expressivos em 2025.
Entre janeiro e março deste ano, o interior baiano registrou um salto impressionante de 212% nas prisões realizadas com apoio da ferramenta, em comparação ao mesmo período de 2024. Foram 290 foragidos localizados nos três primeiros meses do ano — um número quase quatro vezes maior do que os 82 capturados no ano anterior.
O avanço se deve a uma combinação de tecnologia, estratégia e inteligência. Atualmente, as câmeras inteligentes estão espalhadas pela capital Salvador e em mais 80 municípios do interior. Elas não apenas vigiam as ruas, como também são utilizadas em grandes eventos, como o Carnaval, micaretas e feiras regionais, onde a concentração de pessoas é maior e o risco, também.
Outro recurso que tem feito diferença são as Plataformas Elevadas de Observação, estruturas móveis equipadas com câmeras de alta precisão e conectadas a uma central de monitoramento. Com esse suporte, as autoridades conseguem atuar com rapidez e precisão, mesmo em áreas de difícil acesso.
Os dados falam por si. Apenas neste ano, 939 foragidos da Justiça foram identificados por meio dos alertas emitidos para os Centros Integrados de Comunicação (Cicoms). Desde o início da operação da tecnologia, em 2019, já são 3.325 capturas atribuídas ao sistema.
Mas não é só na repressão à criminalidade que a ferramenta mostra sua relevância. Em dezembro passado, a Secretaria implementou um novo protocolo de busca de pessoas desaparecidas. Como resultado, 13 pessoas foram localizadas, devolvendo esperança e alívio a famílias inteiras.
Essa integração entre inovação e ação humana mostra como o uso responsável da tecnologia pode, sim, transformar a realidade de uma sociedade. Ainda que o debate sobre privacidade seja legítimo, os números indicam que o reconhecimento facial, quando bem aplicado, não é uma ameaça — é um instrumento de justiça.
Mais do que uma estatística, cada prisão representa uma rua mais segura. Cada pessoa reencontrada, uma história com final feliz. E cada avanço na segurança pública, um passo a mais na construção de um país mais justo e protegido para todos.