O sotaque mudou em Salvador. Nos bares do Rio Vermelho, nas ladeiras do Pelourinho, nas praias de Morro de São Paulo e até nas trilhas da Chapada Diamantina, cresceu o número de visitantes de fora.
É que a Bahia está mais internacional do que nunca. Segundo dados recentes da Embratur, mais de 83 mil turistas estrangeiros escolheram o estado como destino nos quatro primeiros meses de 2025 — um crescimento de 61,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
Não se trata de acaso. A Bahia há tempos deixou de ser só um cartão-postal tropical. O que atrai hoje é um conjunto que mistura ancestralidade, arte viva, natureza generosa e uma capacidade rara de fazer qualquer um se sentir em casa.
E tem razão: poucos lugares no mundo conseguem reunir em um mesmo território praias de areia branca, festas populares de rua, ruínas barrocas e culinária de deixar saudade.
Quem mais tem pisado em solo baiano são os argentinos, com mais de 39 mil visitantes entre janeiro e abril. Mas não estão sozinhos nessa: portugueses, franceses e uruguaios também têm lotado pousadas e hotéis de norte a sul do estado. E o movimento não é só em Salvador — Porto Seguro, Itacaré, Morro de São Paulo e a Chapada também entraram na rota de gringos em busca de experiências mais autênticas.
A maré está boa também no resto do país. De acordo com a Embratur, o Brasil recebeu 4,4 milhões de turistas estrangeiros até abril — ou seja, já atingiu 64% da meta anual de 6,9 milhões definida pelo Plano Nacional de Turismo.
A Bahia, porém, tem se destacado pela forma como recebe esses visitantes. Em áreas com maior fluxo internacional, há postos de atendimento com funcionários multilíngues, oferecendo informações seguras e acolhimento. E a infraestrutura vem sendo ajustada, com ações nas áreas de segurança, saúde e transporte.
A Bahia continua ali — mas diferente
Se há algo que não mudou é o que move o fascínio: o calor humano e a sensação de que o tempo corre diferente naquele pedaço do mundo. O turista que chega pela primeira vez costuma voltar. E o que volta traz mais um.
A boa notícia é que a Bahia está sabendo aproveitar esse momento sem perder a essência. Mais que números, os dados mostram um desejo crescente por experiências que conectem com o real, com o histórico, com o simples. E nisso, a Bahia é craque.
Ou, como diria um velho dito local: quem bebe dessa água, sempre volta.