Neste mês de maio, o Distrito Federal se une à campanha nacional Maio Laranja com a Operação Caminhos Seguros 2025, iniciativa que reforça o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. A mobilização, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), atua em três frentes decisivas: prevenção, repressão e acolhimento das vítimas.
O ponto alto da campanha ocorre nesta quinta-feira (15), com o chamado Dia D de enfrentamento à violência sexual infantojuvenil. No DF, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), responsável por coordenar as ações locais, promoverá duas blitzes educativas em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Departamento de Trânsito (Detran-DF). Pela manhã, a mobilização acontece na unidade da PRF em Santa Maria, das 8h às 12h, com abordagens a motoristas e distribuição de materiais informativos. À tarde, a ação se desloca para as imediações da Feira dos Importados.
A campanha, no entanto, vai muito além das ruas. Ao longo de maio, mais de 20 escolas públicas do DF receberão palestras e rodas de conversa com estudantes, professores e famílias. A atividade é conduzida pelo Centro Integrado 18 de Maio, referência no atendimento a vítimas de violência sexual infantojuvenil e vinculado à Sejus. O objetivo é claro: informar, conscientizar e criar redes de apoio capazes de identificar sinais de abuso e orientar sobre os canais de denúncia e acolhimento.
Rede integrada de proteção
A força-tarefa envolve diversos órgãos do poder público em uma atuação conjunta e estratégica. Além da Sejus, participam a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), Polícia Militar (PMDF), Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF), Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), entre outras instituições.
Os esforços se concentram principalmente em áreas mais vulneráveis, como rodovias, postos de combustíveis, regiões periféricas e locais com grande fluxo de pessoas — ambientes onde os riscos de exploração sexual e tráfico de menores são mais recorrentes. As ações de repressão visam coibir esses crimes com investigações mais incisivas e operações de fiscalização.
O abuso começa onde deveria haver segurança
Um dado que ainda choca e reforça a urgência da campanha vem do Disque 100: mais de 61% das agressões sexuais contra crianças e adolescentes ocorrem dentro de casa, praticadas por familiares. Outros 23,5% dos casos envolvem pessoas próximas, como vizinhos ou conhecidos da vítima. Essa realidade exige atenção redobrada de todos — sociedade, escolas, governo e profissionais da saúde — para romper o ciclo de silêncio que ainda encobre muitos desses crimes.
A proposta do Maio Laranja e da Operação Caminhos Seguros é clara: nenhuma criança deve sofrer violência, e todas merecem crescer com dignidade, proteção e afeto. Denunciar é um ato de responsabilidade coletiva. E mais do que isso, é um passo essencial para transformar histórias e garantir justiça.
