Papa Francisco canoniza José Allamano por milagre ocorrido na Amazônia

   Crédito: Imagem CNBB

Neste domingo (20), o Papa Francisco proclamou a canonização de José Allamano, fundador da congregação dos Missionários da Consolata, durante uma Missa na Praça de São Pedro, no Vaticano. A decisão foi baseada em um milagre atribuído a Allamano, ocorrido em 1996, no coração da Amazônia brasileira, envolvendo a recuperação extraordinária de um indígena yanomami após um ataque de onça.

O milagre na Amazônia

De acordo com a Consolata América, a entidade missionária da qual Allamano foi fundador, o episódio milagroso se deu no estado de Roraima. Um indígena yanomami foi atacado por uma onça na floresta e sofreu um grave ferimento na cabeça. Os primeiros a prestar socorro foram missionários da Consolata que estavam na região. Eles conseguiram estabilizar o jovem indígena e levá-lo até um hospital em Boa Vista, onde foi submetido a uma delicada cirurgia.

Durante o período de recuperação, os missionários invocaram a intercessão do padre José Allamano, pedindo por sua cura. O que ocorreu a seguir foi descrito como uma recuperação surpreendentemente rápida e completa. O indígena conseguiu retornar à sua comunidade, sem sequelas, o que foi considerado um milagre e registrado pela Igreja como o evento que culminou na canonização de Allamano.

José Allamano: um missionário dedicado à fé

Nascido na Itália em 1851, José Allamano dedicou sua vida à expansão do trabalho missionário em regiões necessitadas, especialmente na África e na América Latina. A congregação dos Missionários da Consolata, fundada por ele em 1901, tornou-se conhecida por suas ações evangelizadoras e humanitárias em comunidades indígenas e áreas rurais.

Sua dedicação à consolação dos aflitos e ao cuidado dos mais vulneráveis foi uma das marcas de seu trabalho. O milagre reconhecido pelo Vaticano reforça esse legado de fé e caridade. O processo de canonização de Allamano, iniciado há mais de uma década, foi impulsionado pela confirmação de sua intercessão no caso do jovem yanomami.

A canonização de José Allamano, celebrada com a presença de fiéis de todo o mundo, representa um momento de união entre diferentes culturas. A história do milagre ocorrido na Amazônia, envolvendo a comunidade indígena yanomami, reforça a presença da Igreja Católica em regiões remotas e a importância do diálogo intercultural.

A cerimônia, realizada na icônica Praça de São Pedro, contou com a presença de membros da congregação dos Missionários da Consolata, representantes da comunidade indígena de Roraima e líderes religiosos de diversas partes do mundo. Para o Vaticano, a canonização de Allamano também simboliza o reconhecimento do trabalho missionário em áreas de grande vulnerabilidade social e ambiental.

Com a canonização, José Allamano se junta ao rol de santos da Igreja Católica, sendo celebrado por seu compromisso com a fé e o serviço ao próximo. Sua vida de dedicação missionária e o milagre ocorrido na Amazônia evidenciam a continuidade de seu legado na atuação de suas congregações ao redor do mundo.

A proclamação de Allamano como santo reforça a conexão espiritual entre os missionários da Consolata e as comunidades indígenas da Amazônia, simbolizando a fé e a esperança que atravessam fronteiras e unem povos em momentos de grande necessidade.

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