O Distrito Federal está no caminho de se tornar a unidade federativa mais envelhecida do Brasil nas próximas décadas. De acordo com pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população do DF atingirá seu pico em 2042, com 3.118.159 habitantes, antes de começar a declinar. No entanto, o dado mais significativo é o crescimento expressivo da população idosa, que passará de 13,5% em 2024 para impressionantes 40,4% em 2070.
Esse rápido envelhecimento demográfico coloca o DF diante de desafios inéditos. A expectativa de vida também estará entre as mais altas do país, chegando a 84,6 anos. A longevidade será ainda mais acentuada entre as mulheres, que deverão viver em média 86,6 anos, enquanto os homens alcançarão 82,4 anos. Tais números reforçam a necessidade de adaptação das políticas públicas para garantir uma qualidade de vida adequada a essa crescente parcela da população.
Saúde e Inclusão Digital: Prioridades para o Futuro
Com o aumento do número de idosos, a demanda por serviços de saúde, especialmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), deverá crescer substancialmente. Atualmente, 56,5% da população idosa do DF depende do SUS, o que exige a ampliação e o fortalecimento das políticas de prevenção de doenças e de acesso a tratamentos de qualidade. O envelhecimento saudável se tornará uma prioridade para evitar que o sistema seja sobrecarregado.
Além disso, a inclusão digital terá um papel crucial na integração dos idosos à sociedade. Em 2021, 66% dos idosos do DF já utilizavam a internet, e a ampliação desse acesso será fundamental para combater o isolamento social. A tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa para facilitar o acesso a serviços públicos, como consultas médicas e atendimentos online, além de manter os idosos conectados com suas famílias e comunidades.
Repercussões no Mercado de Trabalho
Outro impacto significativo será no mercado de trabalho. Em 2070, estima-se que haverá 106 dependentes para cada 100 pessoas em idade ativa, uma mudança drástica que exigirá novas estratégias de reintegração dos idosos ao mercado. A valorização do envelhecimento ativo pode transformar essa realidade em uma oportunidade, promovendo a reinserção dos idosos em atividades produtivas e ajustando as dinâmicas laborais para acolher essa força de trabalho mais experiente.
Com o aumento da longevidade, abrem-se novas oportunidades para envolver essa população em atividades que valorizem sua experiência e os conhecimentos adquiridos ao longo da vida.