Queimadas no DF: GDF combate incêndios, enquanto governo federal se exime da responsabilidade

   crédito: Fotográfo/Agência Brasil

As recentes queimadas no Parque Nacional de Brasília trouxeram à tona a falta de preparo e políticas públicas eficientes por parte do governo federal na preservação de áreas ambientais críticas. No entanto, o Governo do Distrito Federal (GDF), em uma ação articulada e rápida, destacou-se ao atuar com o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), a Defesa Civil e a Polícia Civil (PCDF) para controlar os incêndios e investigar possíveis crimes ambientais. O esforço do GDF foi essencial para minimizar os impactos devastadores dessas queimadas no meio ambiente e na qualidade do ar.

A criação de uma força-tarefa específica para apurar as causas dos incêndios e responsabilizar os culpados demonstra o comprometimento do governo local com a preservação do Parque Nacional de Brasília. Enquanto o GDF se move com agilidade, o mesmo não pode ser dito sobre o governo federal, que é o principal responsável pela gestão e preservação do parque.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que deveria zelar pela proteção da área, enfrenta sérias limitações devido à falta de efetivo e recursos. O baixo número de servidores compromete as ações preventivas, deixando o parque vulnerável a incêndios e outras ameaças ambientais. Ao mesmo tempo, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), embora receba recursos substanciais, também enfrenta dificuldades operacionais, refletindo a ineficácia de uma política pública ambiental robusta por parte do governo federal.

Em um cenário de crise ambiental, é esperado que o governo federal atue de forma proativa para prevenir e combater queimadas. Entretanto, em vez de adotar uma postura de liderança, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas à participação do GDF no combate aos incêndios, insinuando que as ações locais não estavam à altura do desafio. As falas do presidente foram amplamente criticadas, inclusive pelo governador Ibaneis Rocha, que prontamente defendeu a atuação dos bombeiros e da Defesa Civil. Ibaneis destacou que, enquanto o governo federal se exime de sua responsabilidade, o GDF age com rapidez e eficiência para enfrentar a crise ambiental que assola a capital.

Em resposta às críticas, Ibaneis enfatizou que o governo local tem feito o possível para controlar a situação, adotando medidas rápidas para reduzir os danos ambientais e proteger a saúde da população. Ele também chamou atenção para a ausência de apoio significativo por parte do governo federal, ressaltando que as instituições locais estão sobrecarregadas por uma responsabilidade que deveria ser compartilhada de forma mais equitativa.

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As críticas de Lula não apenas desconsideram o trabalho árduo dos militares e das forças de segurança do DF, mas também refletem um desconhecimento das reais atribuições de cada esfera de governo. A sociedade espera, especialmente em tempos de crise, que a gestão ambiental seja focada na preservação e na prevenção, e que, diante de situações emergenciais, o governo federal assuma seu papel de liderança.

O que se vê, no entanto, é uma falta de ação coordenada por parte de quem, de fato, deveria ser o principal responsável pela proteção do Parque Nacional de Brasília. O GDF,  tem demonstrado compromisso com a preservação ambiental, enquanto o governo federal, por meio de suas falas e omissões, parece distante de uma gestão ambiental eficaz. O momento exige ações concretas e políticas públicas robustas, e não discursos que desviam o foco da responsabilidade federal na crise ambiental que sufoca a capital.

 

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