A nova pesquisa Ipec divulgada nesta quinta-feira (12/9) revelou uma leve oscilação negativa na avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que caiu de 37% de aprovação em julho para 35% em setembro. Paralelamente, o índice de brasileiros que consideram a gestão ruim ou péssima aumentou, indo de 31% para 34%. O percentual dos que avaliam o governo como regular também recuou, de 31% para 28%. Apenas 2% dos entrevistados permanecem sem opinião ou preferem não responder.
O levantamento, realizado entre os dias 5 e 9 de setembro, ouviu 2 mil pessoas com 16 anos ou mais, aptas a votar, com uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Perfil
De acordo com a pesquisa, a avaliação positiva de Lula é mais alta entre aqueles que declararam ter votado nele em 2022 (67%), pessoas com renda familiar de até um salário mínimo (50%), cidadãos com menor nível de escolaridade (48%) e moradores da região Nordeste (47%).
Por outro lado, os dados mostram que a avaliação negativa do presidente é predominante entre aqueles que votaram em Jair Bolsonaro (PL) na eleição passada (66%), brasileiros com renda superior a cinco salários mínimos (52%), residentes do Sul do país (43%), pessoas com ensino superior (42%), evangélicos (42%) e aqueles que se autodeclaram brancos (41%).
Análise do Cenário
A oscilação na popularidade do governo Lula reflete um cenário político ainda em transformação. A queda na avaliação positiva e o aumento da percepção negativa indicam uma crescente insatisfação de setores da população, especialmente das classes mais abastadas e de eleitores bolsonaristas. No entanto, a pesquisa também revela que o presidente mantém um apoio sólido entre seus eleitores de 2022 e em regiões como o Nordeste, historicamente mais alinhadas ao Partido dos Trabalhadores.
Este retrato do eleitorado sugere uma polarização ainda presente no Brasil, marcada pelas diferenças regionais, de renda e de nível educacional. Ao mesmo tempo, aponta para os desafios que o governo Lula enfrentará nos próximos meses para reconquistar a confiança de uma parcela da população mais crítica à sua gestão, em um contexto de expectativas econômicas e políticas voláteis.